sábado, 8 de setembro de 2012

A Europa é logo ali


Neymar no Santos: já passou da hora do brasileiro vestir outra camisa
(foto: sistemapampa.com.br)

Desde sua chegada aos juniores do Santos, Neymar já era tratado como uma grande promessa, chegando até mesmo a sofrer assédio do Real Madrid. Após sua estreia como profissional, no ano de 2009, onde chamou a atenção nas semifinais do Campeonato Paulista ao marcar um gol contra o Palmeiras, as expectativas sobre ele foram aumentando. Em 2010, juntamente com Paulo Henrique Ganso, André, Robinho e Arouca, fez parte do time que ganhou o Paulistão e a Copa do Brasil encantando os torcedores pelos gols e futebol ofensivo, tanto que os brasileiros pediram sua convocação e a de Ganso para a Copa do Mundo. O técnico Dunga, porém, não cedeu aos apelos e os jovens jogadores ficaram no Brasil.

 No mesmo ano, com a troca de Dunga por Mano Menezes após a eliminação nas quartas-de-final, o santista foi chamado na primeira convocação do novo técnico e estreou com gol no amistoso contra os Estados Unidos. De lá pra cá, o jovem jogador esteve presente na maioria das convocações, disputando a Copa América e as Olimpíadas, além de amistosos contra Argentina, Alemanha, entre outras seleções. Com o Santos, venceu a taça Libertadores e foi vice-campeão do Mundial Interclubes. 

 Aos 20 anos, Neymar é o principal jogador brasileiro do meio pra frente, e astro numa seleção que é composta principalmente por jovens promessas. Porém, diferentemente do que ocorre no Santos, os resultados com o Brasil não são satisfatórios. Com o fracasso na Copa América e nas Olimpíadas e as derrotas para países tradicionais como Alemanha, França e Argentina, a seleção brasileira vive um momento de baixa. Nestes jogos mais duros, é nítida a queda de rendimento do atacante, que sofre com a forte marcação. 

 As más atuações fazem atentar para a necessidade de Neymar deixar o Brasil e ir jogar na Europa. Aqui no continente americano, é disparado o melhor jogador, e desequilibra seja no Campeonato Brasileiro ou na Libertadores. Não há defensor no seu nível, e o brasileiro segue marcando gols e mais gols e destruindo uma defesa atrás da outra. 

 Na Europa, Neymar poderá continuar sua evolução como jogador. Times como Chelsea, Real Madrid e Barcelona já manifestaram interesse em contratar o atacante. Para um jogador com suas características, o melhor seria ir para a liga espanhola, já que Neymar teria dificuldades com a forte marcação das defesas italianas e com o jogo rápido e físico do Campeonato Inglês. O Barcelona parece estar mais próximo de contratá-lo que o Real Madrid. Já se fala que os catalães teriam inclusive um acordo firmado com o jogador, que chegaria em 2013. Segundo jornais espanhóis, Messi teria chegado a declarar que gostaria de ser para o brasileiro um mentor, assim como Ronaldinho foi para ele. No Barcelona, além de jogar em uma liga mais competitiva e poder disputar uma grande competição como a Liga dos Campeões da Europa, Neymar não teria a responsabilidade de ser a estrela da equipe, o que ajudaria em sua adaptação.

 Enfim, não só ele, mas os jogadores brasileiros precisam buscar maiores desafios. Oscar já atua pelo Chelsea, e Lucas irá defender o PSG em janeiro. É nítida a necessidade das promessas brasileiras de buscarem mais rodagem internacional para defender o Brasil na Copa de 2014.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O "Toquinho do Triângulo"

Sass comemora vitória no UFC: o inglês é uma das principais promessas dos leves
(foto: oneround.com.br)

 Pouco conhecido entre os fãs brasileiros, Paul Sass é uma das principais promessas dos pesos-leves do UFC. Invicto no MMA, com 13 vitórias em 13 lutas, o inglês de 24 anos é dono de um jogo de chão afiadíssimo, tanto que conseguiu 12 triunfos por finalização (o combate restante foi vencido na decisão dividida). 

 Alto para a categoria, com 1,82 de altura, Paul aproveita sua estatura nas finalizações. Com pernas longas, é especialista em aplicar triângulos, semelhante ao brasileiro Rousimar “Toquinho” e as chaves de calcanhar. Com 9 vitórias através dessa posição, Sass já começa a ser conhecido como “Sassangle”, uma junção do seu sobrenome com a palavra “triangle”.

 Com três lutas no UFC, derrotou Mark Holst, Michael Johnson e Jacob Volkmann, todos no primeiro round. O próximo desafio é encarar Matt Wiman no UFC on Fuel Tv 5, no dia 29 de setembro. Curiosamente, o lutador ainda não é faixa preta de jiu-jitsu (ainda está na marrom). Além da arte suave, o atleta também pratica luta livre, com o brasileiro Marcelo Brigadeiro. 

 Com um jogo baseado nas quedas e finalizações, Sass ainda tem muito a evoluir, especialmente na área de trocação. Na categoria mais disputada do UFC, com lutadores como Ben Henderson, Frankie Edgar, Gray Maynard, Nate Diaz e Jim Miller, bons tanto em pé quanto no chão, dificilmente o inglês figurará entre os principais nomes dos pesos leves se não for completo. Porém, com apenas 5 anos de MMA e prestes a completar 2 de UFC, Paul Sass ainda é um lutador em formação com um grande futuro pela frente. No momento, o inglês está no caminho certo.

sábado, 11 de agosto de 2012

Tragédia Anunciada

Mexicanos comemoram: Brasil mais uma vez ficou no "quase"
(foto: esporte.ig.com.br)

 15 gols em 5 partidas. Argentina, Alemanha, Itália, nem classificadas. Espanha, Uruguai e Grã-Bretanha eliminadas precocemente. Pelo caminho, Egito, Nova Zelândia, Honduras. Na final, um México organizado, mas inferior tecnicamente. Uma equipe com jogadores como Neymar, Thiago Silva, Marcelo, Oscar. 

 Mesmo com todo esse cenário favorável, o Brasil não conseguiu ganhar o ouro olímpico nesse sábado. Mesmo chegando a final com o artilheiro do torneio, vencendo todas as partidas, a seleção não conseguiu confirmar o favoritismo e sucumbiu perante um México guerreiro e bem postado em campo.

 Novamente com Alex Sandro na vaga de Hulk, o Brasil teve o pior início possível. Com 30 segundos de jogo, Rafael errou passe no campo de defesa e Peralta chutou rasteiro no canto de Gabriel para abrir o placar. O Brasil não conseguiu jogar com a boa marcação mexicana, que acuava os brasileiros no campo defesa. Além disso, quase ampliou aos 20 em falha de Thiago Silva. Mano Menezes resolveu mexer no time e trocou Alex Sandro por Hulk. O atacante do Porto deu mais mobilidade ao ataque e quase marcou em chute de fora da área.

 No segundo tempo, o Brasil começou a pressionar, embora de forma desorganizada, enquanto o México assustava nos contra-ataques. Até que aos 30, Peralta, mais uma vez, subiu sozinho após cobrança de falta para cabecear sem chances para Gabriel. Claramente desesperada, a seleção brasileira foi para o tudo ou nada, e aos 45, depois de lançamento para o ataque, Hulk tocou na saída de Corona para diminuir. O Brasil voltou a acreditar e por pouco não conseguiu o empate com Oscar desperdiçando chance incrível, mas não houve tempo suficiente para reagir. O Brasil mais uma vez deixava o ouro olímpico escapar.

 A verdade é que a seleção brasileira nunca empolgou de fato nas Olímpiadas. Uma equipe que nunca demonstrou coesão, com uma defesa falha (tendo em Juan o seu elo mais fraco) e um goleiro inseguro. Dois volantes, especialmente Sandro, que não davam dinamismo à saída de bola, e um ataque pouco incisivo. O Brasil chegou à final se apoiando nas individualidades, nos lampejos de Neymar, Leandro Damião, Oscar, entre outros. Embora Mano Menezes não seja o único culpado, é dele a maior parcela da responsabilidade pelo baixo rendimento do time. É bom lembrar que essa seleção é a base do time principal, ou seja, muito precisa ser feito para colocar o Brasil novamente entre os melhores do mundo.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Vencendo, mas não convencendo

     Damião: Mais uma vez decisivo
(foto: virgula.uol.com.br)

 Fim de jogo em Manchester. 24 anos depois, o Brasil está de volta a uma final olímpica no futebol masculino. Naquela ocasião, Romário e companhia conquistaram a prata em Seul após serem derrotados pela União Soviética na prorrogação por 2 a 1, após em empate no tempo normal. Neste sábado, o adversário da seleção brasileira pelo inédito ouro será o México, que eliminou o Japão depois de vencer a equipe nipônica por 3 a 1.

 Nesta terça, o Brasil venceu a Coréia do Sul por 3 a 0 para assegurar o passaporte pra final. Mas se engana quem pensa que a seleção jogou bem. Após um mau começo, com a seleção adversária assustando em dois perigosos lances. O Brasil tinha dificuldades em impor seu jogo contra os organizados coreanos, mas mesmo assim também levou perigo em jogada com Leandro Damião, após pressão na saída de bola da Coréia.

 Aos poucos, mantendo a posse da bola, a seleção brasileira conseguia frear o ímpeto do adversário, até que aos 38, Neymar carregou a bola e tocou para Oscar. O camisa dez clareou a jogada e passou para Rômulo, que chutou fraco e contou com a colaboração do goleiro Lee para marcar. Brasil na frente.

 Na etapa final, após a equipe adversária esboçar uma reação nos minutos iniciais, o Brasil matou o jogo em 7 minutos. Aos 12, Neymar fez jogada pela esquerda e cruzou para o meio da área, onde a bola sobrou para Leandro Damião chutar sem chances para o goleiro e ampliar a vantagem brasileira. Aos 19, Thiago Silva fez ótimo lançamento para Marcelo tocar pra Neymar, que encontrou Oscar. O meia tentou a devolução para o atacante santista, mas a bola acabou sobrando para Leandro Damião chutar fraco de bico pra marcar o seu sexto gol e assumir a artilharia dos Jogos Olímpicos, fechando o placar. 

 Apesar da diferença no placar, mais uma vez o Brasil se apresentou aquém do seu potencial. A seleção brasileira segue vencendo, mas não convencendo. Um time fraco na defesa, com uma saída de bola no máximo razoável, e com uma transição ataque-defesa lenta. Além de tudo, necessita ser mais agudo ao atacar, precisa de mais movimentação e jogo coletivo. Uma seleção que está na final graças aos lampejos principalmente de Neymar, Oscar e Damião, que participaram de 14 dos 15 gols marcados pelo Brasil no torneio. Além deles, Thiago Silva e Marcelo também merecem destaque. Contra o México, a seleção brasileira precisará ser mais time e menos individualidades, mais jogo coletivo e menos lampejos. É esse Brasil que pode e precisa ser a equipe de Mano Menezes.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Noite do Dragão

              Lyoto Machida comemora: O Dragão teve atuação irrepreensível contra Bader
(foto: mmamania.com)

 Um UFC com saldo positivo para o Brasil. Assim foi o UFC on FOX 4, realizado no Staples Center, em Los Angeles. Na noite de sábado, dos quatro atletas brasileiros que lutaram, nenhum deles foi derrotado. Além disso, das quatro lutas do card principal, nenhuma delas foi pra decisão. Todos os combates foram empolgantes, ajudando a apagar um pouco a má impressão deixada pelo UFC 149.


 A noite começou com uma luta entre dois estreantes no UFC, válida pela categoria dos moscas.  Melhor para John Moraga, que derrotou Ulysses Gomez por nocaute no 1º round. O embate seguinte colocou o vencedor da 5ª temporada do reality show The Ultimate Fighter, Manny Gamburyan contra o veterano japonês Michihiro Omigawa, pelos pesos penas. Deu Gamburyan por decisão unânime. Em seguida, em luta pela categoria dos pesos pesados, Phil de Fries finalizou Oli Thompson no 2º round.


 Na primeira luta envolvendo brasileiros da noite, pelos pesos penas, Rani Yayha conseguiu levar a luta para o chão e utilizar seu ótimo jiu-jitsu pra finalizar Josh Grispi no 1º round. O combate seguinte, da categoria dos meio-pesados, teve Phil Davis enfrentando o estreante Wagner “Caldeirão” Prado. Para desespero do brasileiro, a luta foi interrompida no 1º round por um dedo do americano acertado acidentalmente no seu olho. Com isso, não houve resultado e os dois devem lutar novamente em um evento próximo.  Na última luta do card preliminar, na categoria peso pena, Nam Phan derrotou Cole Miller por decisão dividida.


 No card principal, em luta dos meio-médios, Mike Swick, de volta ao octógono após quase 2 anos em decorrência de uma doença no estômago e uma contusão, nocauteou DaMarques Johnson no 2º round. Em seguida, pelos leves, Joe Lauzon finalizou com um triângulo Joe Varner no 3º round, em uma luta bem movimentada. Lauzon levou pra casa os prêmios de melhor luta (pela quarta vez) e melhor finalização da noite (pela sexta vez).


 As duas últimas lutas, válidas pela categoria dos meio-pesados, serviriam pra determinar qual o próximo desafiante ao cinturão. Dana White já havia afirmado antes do evento que o lutador que tivesse a performance mais impressionante ganharia o direito de desafiar  o vencedor da luta entre Jon Jones e Dan Henderson. Na penúltima luta, Lyoto Machida mais uma vez impôs seu jogo de esquiva e contra-golpe, e com um direto impressionante nocauteou Ryan Bader no 2º round. Na luta principal, Maurício Shogun, mesmo apresentando-se em boa forma física, em relação aos seus combates anteriores, voltou a apresentar problemas no gás. Mesmo assim, conseguiu nocautear Brandon Vera no 4º round.


 Após o término das lutas, Dana White anunciou que o próximo desafiante será Lyoto Machida. Dana sabe que o brasileiro é um dos lutadores mais profissionais do UFC, e com certeza irá treinar duro e se apresentar nas melhores condições, ao contrário de Shogun. O curitibano deixa os fãs cada vez menos esperançosos de voltarem a ver aquele lutador capaz de ganhar um GP do Pride com nomes como Wanderlei Silva, Ricardo Arona, Alistair Overeem e Dan Henderson aos 23 anos, ou mesmo aquele que nocauteou Chuck Liddell e lutou 5 rounds com Lyoto Machida na primeira luta entre os dois. Talento é inegável que Shogun possui. Bem treinado, é um atleta capaz de fazer frente a qualquer um. Porém, vê-lo nessas condições é cada vez mais utópico.

sábado, 4 de agosto de 2012

Sustos demais

                                              Leandro Damião: raça premiada com dois gols
                                                         (foto: veja.abril.com.br)



 Foi sofrido. Neste sábado, a seleção brasileira venceu Honduras por 3 a 2 e se classificou para as semifinais dos Jogos Olímpicos. O Brasil agora encara na terça-feira a Coréia do Sul no Estádio de Old Trafford, em Manchester, valendo uma vaga na final.

 O Brasil começou bem, conseguindo chances claras com Leandro Damião e Neymar logo no início da partida, dando a impressão que seria uma partida tranquila para a seleção. Mas o time hondurenho não quis saber disso, e em mais uma falha do sistema defensivo brasileiro, Martinez acertou bonito chute no ângulo de Gabriel, que nada pôde fazer. Honduras na frente.

 A seleção brasileira tinha dificuldades de penetrar na defesa da organizada equipe hondurenha, que marcava melhor e até ameaçava a retaguarda do Brasil em alguns momentos. Até que em dois lances seguidos, Crisanto recebeu cartão amarelo, e na segunda falta cometida foi expulso, mudando o panorama da partida. 

 O Brasil passou a pressionar, embora de forma desorganizada, e depois de jogada de Neymar, Hulk recebeu, driblou e cruzou pra Damião, que aproveitou falha incrível da defesa adversária e de carrinho, empatou a partida. Assim terminou o 1º tempo.

 Na etapa complementar, Honduras voltou a atacar e logo aos 3 minutos, Espinoza driblou Juan e chutou de fora da área no canto de Gabriel, recolocando a seleção brasileira em desvantagem no placar. O Brasil não se abateu e 2 minutos depois, aos 5, após roubada de bola na defesa hondurenha, Damião se antecipa ao zagueiro, é tocado e cai na área. Pênalti convertido por Neymar, 2 a 2. Logo em seguida, aos 15, Neymar achou Damião na grande área, o atacante do Internacional dominou já se livrando do zagueiro e bateu no canto para virar o placar. Com a vantagem, a seleção brasileira diminuiu o ritmo e ainda viu Espinoza ser expulso antes do jogo acabar. 

 Apesar da vitória, o Brasil passou muito mais apertos do que deveria. Além do ataque e meio de campo, que à exceção de Leandro Damião (melhor jogador da partida), foram pouco operantes, a defesa mais uma vez falhou. Sem uma cobertura adequada dos volantes, o já estabanado Juan fica mais inseguro e compromete a retaguarda brasileira. Os adversários já perceberam que esse é o caminho para atingir o Brasil. Contra a seleção sul-coreana, Mano Menezes necessita acertar a defesa e fazer o ataque voltar a produzir, caso contrário o ouro olímpico no futebol talvez precise esperar mais um pouco. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

100% de aproveitamento

                                   Damião toca para o gol e marca o segundo do Brasil na partida
                                                           (foto: marcabrasil.ig.com.br)



 Já classificado, o Brasil encerrou sua primeira fase no torneio olímpico vencendo a fraca seleção da Nova Zelândia por 3 a 0. Com um time misto, com Gabriel na vaga de Neto, Danilo no lugar de Rômulo, Alex Sandro no lugar de Oscar (com dores musculares, Ganso foi vetado), Lucas substituindo Hulk e trocando Damião com Pato, a seleção brasileira não teve problemas para impor seu jogo e vencer de forma tranquila. Agora o Brasil encara Honduras nas quartas-de-final.


 A partida se iniciou com a seleção mantendo a posse de bola e pouco sendo pressionada no seu campo. A Nova Zelândia optou por se fechar e esperar o Brasil no seu campo. Mas a qualidade técnica superior dos brasileiros prevaleceu, e aos 22 do primeiro tempo, Lucas puxou contra-ataque e tocou no meio pra Danilo, que passou pra Leandro Damião fazer o pivô e devolver para o jogador do Porto, livre, tirar do goleiro e abrir o placar. Logo depois, aos 28, em boa trama na esquerda, Marcelo tocou de letra para Alex Sandro invadir a área e tocar pra Leandro Damião, livre, escorar para o gol e ampliar.


 No segundo tempo, a seleção diminuiu um pouco o ritmo. Mesmo assim, a Nova Zelândia não conseguiu assustar o Brasil, que seguia tocando a bola com calma e controlando o jogo. E logo aos 7 minutos. Marcelo cobrou falta, a bola cruzou a área e sobrou para Sandro desviar para as redes e marcar o terceiro gol brasileiro na partida.


 Com a vaga garantida, o jogo serviu como teste das modificações promovidas por Mano Menezes. Vale destacar as entradas de Danilo e Alex Sandro. A dupla do Porto deu um maior dinamismo à seleção brasileira. O primeiro acrescentou velocidade ao meio-campo e se apresentou bem no ataque, enquanto o segundo, ainda que tenha sido expulso no final, deu mais força ainda ao lado esquerdo, combinando bem com Marcelo e Neymar. O Brasil mostra que possui opções no elenco para mudar uma partida e vem forte para buscar a classificação pras semifinais. A próxima parada é Honduras, no St James Park, no próximo sábado. Embora seja um adversário perigoso, a seleção tem tudo para sair vitoriosa e seguir viva na briga pela medalha de ouro.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Melhorar é preciso

        Neymar: Mesmo longe do que pode apresentar, o santista foi o destaque brasileiro ontem
                                                            (foto: sportv.globo.com)

 Mais um jogo, mais uma vitória. Ontem a seleção derrotou a Bielorrússia por 3 a 1 e assegurou sua classificação para as quartas-de-final das Olimpíadas. Apesar da vantagem por dois gols, o adversário fez jogo duro e só aos vinte do segundo tempo o Brasil passou à frente no placar.


 A partida começou com a seleção brasileira com mais posse de bola, mas sem conseguir encontrar espaços para furar a defesa adversária. A Bielorrússia marcava com duas linhas de quatro, bloqueando as investidas pelas laterais do Brasil, e apostava numa rápida saída de bola comandada pelo brasileiro naturalizado bielorrusso Renan Bressan, atleta do BATE Borisov, para acionar o atacante Kornilenko, sempre pela direita para aproveitar os espaços deixados por Marcelo. 


 E a seleção europeia surpreendeu e aos 8 minutos do primeiro tempo, após boa troca de passes pela direita, Kozlov cruzou na área e Bressan apareceu livre no meio da defesa brasileira pra cabecear no canto e abrir o placar pra Bielorrússia. O Brasil, porém, chegou ao empate logo depois, aos 14, após cruzamento de Neymar para cabeçada de Alexandre Pato. Essa viria a ser a única grande participação do atacante do Milan no jogo.


 O jogo continuou truncado, com o Brasil esbarrando na marcação adversária. Contribuiu para isso o fato das trocas de posições entre Oscar, Hulk e Neymar que ocorreram contra o Egito não existirem dessa vez. Neymar ficava na esquerda, Hulk na direita e Oscar no centro. Nenhum dos três estava em bom dia e a seleção não conseguia produzir. Assim terminou o primeiro tempo.


 Na etapa final, a partida ia sendo uma repetição do primeiro tempo, com o Brasil com maior posse de bola, mas sem conseguir levar muito perigo por causa da marcação bielorrussa. Até que aos 20, Neymar sofreu falta. Ele mesmo bateu e colocou a bola no ângulo de Gutor, marcando um belo gol. O jogo começou a ficar mais aberto, com a Bielorrússia atacando mais e assustando o Brasil, cuja defesa, com exceção de Thiago Silva, não se mostra sólida.
Mano Menezes colocou Ganso no lugar de Sandro e Lucas no lugar de Pato, com Hulk indo para o centro do ataque, mas estes pouco acrescentaram. Com mais espaços, Neymar se soltou, e aos 48, fez grande jogada e tocou de calcanhar pra Oscar bater no alto, sem chances pro goleiro. Golaço do Brasil, 3 a 1 e final de jogo logo depois.


 Com a eliminação da Espanha e a derrota do Uruguai, além da classificação antecipada, o Brasil agora é alçado à condição de grande favorito das Olimpíadas. Um time competitivo, que vem fazendo os resultados e ainda pode melhorar bastante. Contra a Nova Zelândia, já classificado, algumas modificações poderiam ser feitas, como Bruno Uvini na vaga do inseguro Juan, Danilo no lugar do discreto Sandro, Ganso no lugar de Oscar, que precisa descansar, já que jogou os dois jogos, e Lucas na vaga de Pato ou Damião com Hulk deslocado para o centro do ataque. Embora não seja a posição de origem do atacante do Porto, ele tem força física e capacidade de carregar a bola e fazer um pivô, além de ser muito mais participativo. O Brasil ainda pode e precisa melhorar, mas vem demostrando força na busca pelo tão sonhado ouro olímpico.

sábado, 28 de julho de 2012

Começo com susto

                                     Oscar: O camisa dez foi o termômetro do Brasil na estreia
                                                                (foto: pop.com.br)



 Não foi a estreia dos sonhos. O Brasil começou muito bem, chegou a abrir 3 a 0 no primeiro tempo, mas voltou para a etapa final desligado e permitiu que o Egito fizesse dois gols e pressionasse a seleção brasileira. Embora tenha iniciado de maneira melhor que alguns favoritos como a Espanha, ainda há alguns pontos que precisam ser melhorados. 

 A seleção brasileira começou a partida controlando a equipe egípcia e jogando de forma direta muitas vezes, apostando em lançamentos para Leandro Damião realizar a parede e escorar de cabeça para um dos três meias receber. Oscar, Neymar e Hulk foram o destaque da seleção no jogo, se movimentando constantemente e trocando de posição. Armada inicialmente com Oscar pela direita, Neymar pelo meio e Hulk pela esquerda, não raro era possível ver a nova contratação do Chelsea voltando para buscar jogo e caindo pela direita, Neymar e Hulk invertendo o lado do campo e confundindo a marcação do Egito. O camisa dez, aliás, foi o termômetro do time. No primeiro tempo, voltando para organizar a saída de bola e ainda aparecendo no ataque, participou dos dois primeiros gols. Na etapa final, sem tanto brilho, viu a seleção ser pressionada e tomar dois gols.

 Apesar de Marcelo apoiar muito na esquerda, foi pelo outro lado que surgiu o primeiro gol brasileiro. Aos 16 minutos do primeiro tempo, Oscar fez boa enfiada para Rafael receber na área, fintar o zagueiro e bater no canto do goleiro Elshenawi para abrir o placar no Millenium Stadium, em Cardiff, País de Gales (o futebol é disputado em outros estádios além de Londres).

 O Brasil continuou melhor, e aos 25, depois de um chutão pro campo de ataque, Damião escorou de cabeça e Oscar se aproveitou para driblar o goleiro, e sem ângulo, tocar pra trás para a conclusão do atacante do Internacional. 2 a 0.

 A seleção dominava o Egito de forma tranquila, e aos 29 Neymar fez ótimo passe pra Hulk na ponta esquerda, o jogador do Porto recebeu e cruzou de volta pra o santista escorar de cabeça e ampliar o placar para 3 a 0. O primeiro tempo terminou assim, com a promessa de goleada brasileira.

 Mas surpreendentemente o Brasil voltou para o segundo tempo apático. Adiantou a marcação no campo de defesa egípcio, mas de forma frouxa, sem dificultar a saída de bola. Com isso, o Egito aos poucos começou a pressionar, e aos 6 e 31 do segundo tempo, com Aboutrika e Salah, diminui o placar e chegou a assustar a seleção brasileira.

 A defesa do Brasil, como já esperado, foi o calcanhar de Aquiles do time. Com Marcelo avançando muito e deixando um grande espaço nas suas costas, diversos ataques do Egito surgiram por aquele lado. Além disso, Juan mostrou-se inseguro mais uma vez e foi numa falha sua que o segundo gol do Egito surgiu. Rômulo e Sandro foram discretos, necessitando melhorarem nos jogos seguintes. Foi um bom início, apesar dos percalços. O Brasil começou com três pontos e lidera o Grupo B junto com a Bielorrússia, que venceu a Nova Zelândia por 1 a 0. A seleção ainda é favorita, mas a estreia serviu para mostrar que o caminho até o ouro não é tão fácil. 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Exército dos Leves

        Dedé Pederneiras e lutadores da Nova União: supremacia nas categorias mais leves              (foto:blog.mmaratings.net).

 José Aldo, Renan Barão, Hacran Dias, Dudu Dantas, Marlon Sandro. E não para por ai. A lista é enorme. Quem acompanha MMA certamente conhece esses nomes. O que todos eles têm em comum? Além de serem lutadores de destaque, são todos integrantes do time da Nova União. Criada em 1995 por Dedé Pederneiras e Wendell Alexander no Rio de Janeiro, a Nova União começou se destacando no jiu-jitsu, formando atletas como Vitor “Shaolin” Ribeiro, campeão mundial de JJ nas categorias médio e leve.


 Posteriormente, a academia também começou a preparar lutadores de MMA. Hoje, a Nova União tem lutadores como José Aldo, Marlon Sandro, Dudu Dantas, Hacran Dias, Ronnys Torres, todos com passagens por organizações como UFC, Bellator, WEC, entre outras. Vale destacar a parceria da Nova União com a Kimura em Natal, do mestre Jair Lourenço, responsável por formar nomes como Renan Barão, Jussier Formiga e Ronny Markes.

 Além destes, nomes como BJ Penn, Diego Nunes, Pedro Rizzo, também passaram pela equipe. Hoje, a Nova União tem o campeão dos penas do UFC (José Aldo), o campeão interino dos Galos do UFC (Renan Barão), o campeão dos galos do Bellator (Dudu Dantas) e o campeão dos moscas do Shooto (Jussier Formiga). Chama atenção o fato de o time ter a maior parte dos seus melhores atletas lutando em categorias abaixo dos leves. As principais exceções são o ex-lutador do UFC Thales Leites (que chegou até a disputar o cinturão da categoria dos médios com Anderson Silva) e o peso-médio Ronny Markes.

 Outro ponto forte da Nova União é a defesa de quedas dos seus atletas. Além de um bom nível de chão e trocação, os lutadores da equipe são difíceis de serem levados pra baixo. Isso resulta em vitórias contra wrestlers de destaque, como Urijah Faber (Aldo e Barão), Chad Mendes (Aldo), Scott Jorgensen (Barão), Aaron Simpson e Karlos Vemola (Ronny Markes). O responsável por trabalhar a excepcional defesa de quedas da Nova União é o cubano Pedro Garcia, técnico da Confederação Brasileira de Luta Olímpica.

 Além da Nova União, a academia americana Alpha Male, com nomes como Urijah Faber, Chad Mendes e Joseph Benavidez, também se destaca nas categorias mais leves. Com a recente vitória de Renan Barão em cima de Faber, no UFC 149, a Nova União mostrou definitivamente que é a maior entre os menores. 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Última chamada

                                  Alexandre Pato em 2006: o atacante pouco evoluiu de lá pra cá.

 Há seis anos, Alexandre Pato era uma das promessas do futebol mais cobiçadas do mundo. Estreou pelo Internacional e logo na sua primeira partida pelo time principal, fez gol. No Mundial Interclubes conquistado pelo colorado, também deixou boa impressão. A habilidade, velocidade e faro de gol logo levaram o jovem a ser tratado como futuro jogador da seleção brasileira, enxergando nele o sucessor de Ronaldo. Quando o Milan pagou 24 milhões de euros pelo jovem atacante em 2007, todos acharam que era questão de tempo até Pato explodir e virar um jogador de nível mundial. Porém, cinco anos depois de sua transferência para o rubro-negro de Milão, o atacante pouco evoluiu.

 Convivendo com inúmeras contusões na Itália, Alexandre Pato nunca conseguiu marcar mais de vinte gols numa mesma edição do campeonato italiano. Em 142 jogos pelo rossonero, marcou 61 gols, numa média de 0,42 gols por partida. Não é uma média ruim, mas quando se pensa que em quatro temporadas e meia (já que em 2007/2008 chegou na metade do campeonato) ele só disputou esse número de partidas é algo a se pensar.

 Além das contusões, o estilo de jogo de Pato também não é tão empolgante. Embora com recursos técnicos e competente quando fica cara-a-cara com o goleiro, o atacante é um tanto quanto indolente. Seja no centro ou na ponta do ataque, não é raro ver o brasileiro demonstrando pouca movimentação e não voltando para buscar o jogo. No futebol atual, não há mais lugar para jogadores com essa característica.


 Nas últimas temporadas, Pato foi ofuscado pela presença de Ibrahimovic, que tornou-se o principal atacante do Milan. Com as vendas do sueco e do zagueiro Thiago Silva, o rubro-negro novamente carece de um jogador capaz de chamar a responsabilidade, como foram os dois atletas e anteriormente, Kaká. Com 22 anos, talvez essa seja a última oportunidade para Alexandre Pato confirmar as expectativas depositadas nele. Embora ainda seja jovem, o atacante cada vez mais vai caminhando para virar uma eterna promessa. Talento, já provou que tem, resta agora mostrar a vontade de vencer.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Pernambucanos no Octógono

     Recifense Rafaello "Trator" Oliveira está na segunda passagem no UFC (foxsports.com.br).

 Anderson Silva, Vitor Belfort, Minotauro, Cigano. Até para quem não acompanha o MMA a fundo esses nomes não são desconhecidos. Estrelas do UFC, com a ascensão das Artes Marciais Mistas no Brasil, agora são presenças frequentes na mídia. Porém nem só de estrelas é feito esse esporte. Muitos lutadores ainda sonham escalar os degraus da fama e serem reconhecidos no mundo inteiro.

 Mesmo aqui em Pernambuco, temos exemplos disso. Nem todos sabem que o estado já mandou representantes para o Ultimate. Sem tanto destaque, alguns lutadores seguem no evento buscando conquistar seu espaço no maior campeonato de MMA do planeta. Hoje no UFC, temos dois pernambucanos entre os atletas da organização.

 Rafaello Oliveira, o Trator, está em sua segunda passagem no UFC. Lutador da categoria dos leves, entre 2009 e 2010 fez três lutas, perdendo para Nik Lentz e Andre Winner e vencendo John Gunderson. Cortado após a segunda derrota, teve que lutar em eventos menores até ganhar outra chance no ano passado. Depois de ser batido pelo compatriota Gleison Tibau e por Yves Edwards, no último UFC 148 se recuperou vencendo o cubano Yoislandy Izquierdo. Se perdesse, muito provavelmente seria demitido mais uma vez e dificilmente retornaria.

 Irmão dos lutadores Freddy e Júnior Assunção (este último também chegou a lutar no UFC), Raphael Assunção, atleta dos pesos galos, passou a fazer parte do Ultimate após a incorporação do WEC. Estreando com derrota para o top-contender dos penas Erik Koch, resolveu descer de categoria. Na primeira luta em sua nova divisão, derrotou o também brasileiro Johnny Eduardo. Ontem, no UFC on Fuel TV: Muñoz x Weidman, venceu por nocaute técnico no segundo round o japonês Issei Tamura.

 Trator e Assunção ainda estão longe de serem estrelas do UFC. Enquanto o primeiro busca um recomeço após uma primeira passagem frustrada, o último ainda está construindo sua história. Hoje lutando em preliminares, um dia talvez consigam um lugar no card principal. Enquanto esse dia não chega, continuam convivendo com um quase anonimato. 

domingo, 8 de julho de 2012

Vitória da Lógica

                                   Anderson Silva nocauteia Chael Sonnen no UFC 148

 E venceu o melhor. Anderson Silva derrotou Chael Sonnen por nocaute técnico no segundo round e defendeu mais uma vez o cinturão da categoria dos médios no UFC.  Mas este foi apenas o desfecho do UFC 148, que começou com uma vitória do pernambucano Rafaello “Trator” sobre Yoislandy Izquierdo por decisão unânime. Além dele, outros brasileiros também lutaram nesse evento. Gleison Tibau foi derrotado pelo russo Khabib Nurmagomedov por decisão unânime. Fabrício “Morango” fez boa luta com o americano Melvin Guillard, e mesmo se saindo bem em pé, não conseguiu aplicar seu jiu-jitsu e foi derrotado pelo “Young Assassin” na decisão unânime. Demian Maia, estreando na categoria dos meio-médios, venceu Dong Hyun Kim por nocaute técnico no primeiro round.  Além deles, merece destaque a luta entre Forrest Griffin e Tito Ortiz, duas lendas do UFC. No penúltimo combate da noite, os dois meio-pesados fizeram uma luta que se não foi um primor de técnica, foi marcada pela garra dos dois, visivelmente cansados desde o primeiro round. Griffin venceu por decisão unânime, e Tito Ortiz foi nomeado para o Hall da Fama do UFC.

 Mas tudo isso funcionou apenas como um aquecimento. As atenções estavam mesmo todas voltadas para o evento principal da noite. A tão aguardada revanche entre Anderson Silva e Chael Sonnen. Depois de quase dois anos de muitas polêmicas e provocações, de uma luta surpreendente (mesmo que o brasileiro tenha ganho), finalmente o embate saía do papel. Quando a luta começou, vimos um Anderson Silva partindo pra cima e se expondo até desnecessariamente, o que possibilitou ao americano conseguir uma queda e ficar por cima durante todo o round, chegando até a conseguir uma montada, batendo no brasileiro, embora sem muita contundência. Replay do UFC 117?

 No segundo round porém, a história foi diferente. Mais fechado, o Spider conseguiu evitar as quedas de Sonnen, e após uma esquiva sensacional quando o americano tentou um golpe rodado, que o fez cair sentado e bater a cabeça na grade do octógono, Anderson Silva conseguiu conectar uma joelhada e castigar o adversário com socos. Sonnen até conseguiu se levantar, mas logo voltou a ser derrubado, e logo depois o árbitro interrompeu o combate, dando a vitória ao brasileiro. 


 Chael Sonnen é um lutador limitado. Tem um wrestling muito bom, mas é só. Não é um bom striker, não tem poder de nocaute nem de finalização. Foi disposto a fazer o seu máximo, e conseguiu até ganhar um round, mas a verdade é que Anderson Silva é um lutador muito melhor. Quando achou a primeira brecha, acabou com o combate. Mesmo aos 37 anos, o Spider ainda domina com folga os médios do UFC. Luta do século envolvendo Anderson Silva? Não nesta categoria. 

sábado, 7 de julho de 2012

A hora da verdade

                                       Spider x Sonnen: revanche carregada de expectativa


 UFC 117. Depois de perder os quatro primeiros rounds e estar em desvantagem no quinto e último, Anderson Silva consegue encaixar um triângulo e finaliza Chael Sonnen, terminando de maneira improvável um combate que começou mais surpreendente ainda. De todas as 14 lutas que fez no UFC até agora, esta foi a única em que o Spider realmente esteve em perigo.  Apesar de o americano ter caído no anti-doping e o brasileiro ter declarado após o evento que estava com a costela trincada, poucos esperavam um domínio de Sonnen, ainda mais tão amplo. E agora, quase dois anos depois do último embate,na madrugada de hoje para amanhã, no UFC 148, finalmente a tão sonhada revanche irá acontecer. Nesse período, Anderson Silva teve tempo para vencer Vitor Belfort no UFC 126 e Yushin Okami no UFC 134, enquanto Sonnen derrotou Brian Stann no UFC 136 e Michael Bisping no UFC on Fox II, além de claro, aproveitar pra provocar o brasileiro sempre que tivesse oportunidade. As declarações do americano foram tão fortes, a ponto de desrespeitar não somente Anderson Silva, mas todos os brasileiros, que o presidente do UFC, Dana White, temeu pela segurança do lutador e transferiu a luta, originalmente programada para o UFC 147, no Brasil, para o evento seguinte, na cidade de Las Vegas. O clima começou a esquentar quando, em uma entrevista realizada por telefone nos últimos dias, o brasileiro saiu da postura calma que normalmente adota e deu declarações fortes, chamando o rival de marginal, prometendo nocauteá-lo e chegando a dizer que iria quebrar todos os dentes de Sonnen. Na pesagem, realizada ontem, o Aranha até deu uma ombrada no rosto do americano, no momento da encarada entre os lutadores.

 A luta deste sábado é possivelmente a maior da história do UFC. Nunca antes houve uma expectativa tão grande para um combate. Sonnen soube fazer um marketing muito eficiente e conseguiu promover a luta, ainda que de forma desrespeitosa. Todos estão curiosos para ver se o americano irá novamente conseguir impor seu wrestling e quedar Anderson Silva para trabalhar seu ground’n’ pound, ou se dessa vez o brasileiro irá vencer a luta em pé. Sonnen sabe que sua melhor chance é insistir no mesmo jogo da última luta, derrubando e caindo por cima para pontuar e vencer os rounds. Porém, essa é basicamente sua única arma, pois o seu poder de nocaute é limitado (sua última vitória assim foi em 2007), o que talvez tenha impedido o americano de sair vencedor no último embate. Além disso, sua grande fraqueza é o jiu-jitsu (sabendo disso, Sonnen recrutou até o brasileiro Vinny Pezão, craque no solo, para ajuda-lo em seu treinamento para a luta), ou seja, a maior probabilidade de vitória seria na decisão dos juízes.

 Anderson Silva, por sua vez, é um striker muito melhor que o seu adversário, além de saber trabalhar muito bem na longa distância, fazendo um bom uso de sua envergadura. No chão, embora não seja tão completo quanto em pé, consegue lutar com alguma desenvoltura. Embora tenha dado a entender que o seu objetivo é terminar a luta no primeiro round, dificilmente irá se expor tanto, para evitar o jogo de quedas de Sonnen. O Spider deve jogar na longa distância, obrigando o adversário a tomar a iniciativa e abrir uma brecha para o nocaute. Até pela maior quantidade de ferramentas ao seu dispor, o brasileiro é favorito. Porém, subestimar Chael Sonnen é um erro, e o americano já provou isso.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Em busca do ouro

                                         Neymar e Marcelo: referências na seleção olímpica


 O técnico Mano Menezes anunciou ontem à tarde, durante entrevista coletiva, os 18 atletas (mais 4 substitutos na lista de espera) que irão defender a seleção brasileira nas Olimpíadas de Londres. Como permitido, chamou 3 jogadores acima do limite de 23 anos, Thiago Silva, Marcelo e Hulk. As principais surpresas da convocação foram as ausências de David Luiz, que embora acima dos 23 anos, era cotado para ir à Inglaterra pela inexperiência de Juan e Bruno Uvini, os titulares da zaga no Sulamericano sub-20 e no último mundial da categoria, onde o Brasil se sagrou campeão. Além do defensor, o volante Casemiro também era forte candidato à convocação. Mano resolveu levar quatro laterais ao invés disso, já que Danilo também pode atuar no meio-campo. O resto dos atletas convocados não foi surpresa. No gol, Rafael deve ser o titular, com a sombra de Neto. Nas laterais, Marcelo e Danilo largam na frente por terem sido os titulares nos últimos amistosos da seleção. Na zaga Thiago Silva é nome certo, enquanto Juan e Bruno Uvini disputam a outra vaga. No meio campo, Sandro e Rômulo serão os volantes e Oscar e Ganso brigam pela vaga de armador. Ainda há a possibilidade dos dois jogarem juntos, pois o atleta do Internacional também auxilia na marcação. No ataque, Neymar, Hulk e Damião, com Pato correndo por fora, devem ser os escolhidos para compor o 11 inicial. O time é bom, o Brasil vem com grandes chances de vencer as Olimpíadas, mas terá pela frente alguns rivais de respeito, como o Uruguai e sua forte dupla de ataque com Suárez e Cavani, a dona da casa Grã-Bretanha e a campeã europeia sub-21 Espanha. Cabe lembrar que a Olimpíada é uma competição fundamental no trabalho que visa à Copa de 2014, já que muitos desses jogadores provavelmente estarão nos gramados brasileiros daqui a dois anos. A lista completa dos 18 nomes é a seguinte:


Goleiros: Rafael Cabral (Santos), Neto (Fiorentina);
Laterais: Alex Sandro (Porto), Marcelo (Real Madrid), Rafael (Manchester United), Danilo (Porto);
Zagueiros: Thiago Silva (Milan), Bruno Uvini (São Paulo), Juan (Inter de Milão);
Volantes: Sandro (Tottenham),Rômulo (Spartak de Moscou);
Meias: Paulo Henrique Ganso (Santos), Oscar (Internacional), Lucas (São Paulo);
Atacantes: Neymar (Santos), Leandro Damião (Internacional), Alexandre Pato (Milan), Hulk (Porto).


*Gabriel (Milan), Marquinhos (Corinthians), Casemiro (São Paulo) e Giuliano (Dnipro) são os substitutos.

Enfim campeão

                                 Corinthians campeão: merecimento e entrega


 4 de julho de 2012. Um dia para entrar na história do Corinthians. Talvez não tenha sido como os mais fanáticos sonhavam. Não foi com um time que encantava pelo talento, como os de 1999 e 2000, nem liderado por um craque, como era esperado de Ronaldo. Mas finalmente o título veio. Pela primeira vez, o clube paulista se torna campeão da Libertadores, derrotando um Boca Jrs muito mais tradicional, mas bem menos brilhante que o alvinegro. Esse foi o capítulo final de um enredo que começou a ser escrito no ano de 2011. Após a vexatória eliminação para o Tolima, nas fases preliminares da Libertadores, mantido no cargo, Tite soube montar uma equipe que mesmo perdendo jogadores como Ronaldo e Roberto Carlos, mostrava uma força incomum, um time duríssimo de ser batido, culminando no título do Brasileirão do ano passado. E esse espírito perdurou por toda a competição continental, em que o time só tomou quatro gols.

 Um Corinthians que foi acima de tudo um time. Um time que não tinha a veia ofensiva tão exacerbada, mas que sabia atacar no momento certo. Um time com uma defesa fortíssima, difícil de ser vazada. Um time com uma entrega acima de média, que não se importava em marcar com dez jogadores no seu campo, se fosse preciso. Um time que não é possível apontar um grande destaque individual. Muitos poderiam ser citados, como Cássio, que entrou no time e deu a segurança no gol que o Corinthians tanto precisava. Ou Leandro Castán, soberano na zaga. Ou Ralf e Paulinho, sócios perfeitos, dupla de volantes capazes de marcar e atacar por todo o campo. Ou Danilo, da frieza, dos gols importantes, do passe espetacular para Emerson ontem. Ou Tite, por motivos óbvios. Porém, ao levarmos em consideração o jogo de ontem, um jogador merece destaque. Emerson, o sheik, que decidiu a partida com seus dois gols, e foi decisivo em outros momentos, como no jogo de ida contra o Santos. Um jogador experiente, que sabe o que é vencer. Campeão brasileiro em 2009 pelo Flamengo, em 2010 pelo Fluminense, em 2011 pelo próprio Corinthians e agora campeão da Libertadores com o Timão. E mais do que os gols, mostrou a tranquilidade para se posicionar corretamente, as arrancadas que sempre levavam perigo, além de exibir uma catimba de dar inveja aos rivais argentinos.

 O Boca, por sua vez, fez o possível. Não era um time tão forte como o Santos, por exemplo. Tinha uma defesa apenas razoável, que sofreu com a lentidão de Schiavi. Uma dupla de ataque com Santiago Silva e Mouche, que batalharam, mas passam longe da qualidade de Palacio e Palermo, do último título continental dos xeneizes. Uma equipe que tinha sua maior qualidade no meio campo, mas sofreu com um Riquelme apagado, mais lento que o habitual, longe dos seus melhores dias. E que não conseguiu segurar o Corinthians, que mostrou uma maturidade clássica dos times vencedores. Poucas vezes uma equipe que nunca tinha sido campeã soube tão bem como ganhar. E agora eles sabem. 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Supremacia Indiscutível

                              Espanha, campeã da Euro 2012: Mais um triunfo dos espanhóis.


 Final de partida no estádio Olímpico de Kiev, na Ucrânia. A Espanha goleia a Itália por 4 a 0 e se sagra tricampeã da Eurocopa, tendo ganhado as duas últimas edições. Além disso, a Fúria já havia sido a vencedora da última Copa do Mundo. Desde 2006, quando Zidane marcou o último gol da França na vitória por 3 a 1 sobre os espanhóis nas oitavas-de-final, os espanhóis não levam gols em partidas eliminatórias de grandes competições. Todos esses feitos nos permitem afirmar: a Espanha é a melhor seleção do mundo e vem dominando o cenário do futebol mundial desde 2008. Acabou-se a máxima de que  “a Espanha sempre amarela nas decisões”. Os espanhóis venceram os italianos como quiseram neste domingo, foram durante toda a competição um time organizado, que a despeito das críticas ao seu futebol “sonolento”, poucas vezes foi ameaçado nas partidas, e fez justamente na final a sua melhor apresentação. Cabe ainda lembrar que a Espanha fez tudo isso desfalcada de dois importantes jogadores, Puyol, zagueiro que mais atuou pela seleção, e David Villa, maior artilheiro da Espanha, com 51 gols em 82 jogos, que estavam lesionados.

 E as perspectivas são animadoras para o futuro. Dos 23 convocados, o mais velho é Xavi, com 32 anos. Puyol e Villa, que com certeza estariam entre os campeões se não estivessem machucados, têm respectivamente, 34 e 31 anos. Ou seja, a Espanha tem uma base que ainda pode render muito ao menos para a Copa de 2014. No gol, Casillas tem 31 anos, e chegará ao Brasil com 33, ótima idade para um goleiro. Na defesa, Puyol talvez seja o único que não esteja em condições de chegar ao mundial, mas Sergio Ramos, Piqué, Arbeloa e Alba (este último a grande revelação desta Eurocopa), já mostraram que podem dar conta do recado. No meio campo, a idade de Xavi e Xabi Alonso suscita algumas dúvidas, mas o próprio estilo de jogo da Fúria, baseado no toque de bola, o famoso tiki-taka, ajuda a preservar o fôlego dos atletas. Ademais, no banco há opções como Javi Martínez (que também pode atuar na zaga), Fábregas (que com a volta de Villa ao time deve retornar à reserva), entre outros. Nas pontas, Iniesta e Silva têm a companhia de Mata, Pedro, Navas e outros para jogar como extremos. No comando do ataque, quando recuperado, Villa terá a concorrência de Torres (em alta após os três gols na Euro, mesmo sendo reserva) e Llorente (jogador que mais marcou gols entre os 23 campeões europeus na última temporada, inexplicavelmente ignorado por Del Bosque).

 Como se não bastasse, a geração olímpica é bastante promissora. Nomes como Thiago Alcântara, Muniain, De Gea, Bojan, Ander Herrera(os quatro últimos já com passagem pela seleção principal) já pedem passagem. Claro que daqui a dois anos muita coisa pode acontecer, mas já é possível vislumbrar a Espanha como a principal favorita ao título da próxima Copa do Mundo.
Nada melhor do que começar pelo começo. Este blog será um espaço dedicado à dois esportes. O futebol, paixão mundial e com status de sagrado aqui no Brasil, e o MMA, esporte que sem dúvida é um dos que mais cresce no mundo. Este que vos fala é um pernambucano de 21 anos, formado em Educação Física, apaixonado por futebol e com uma queda cada vez maior pelo MMA. Comentários, críticas construtivas e sugestões serão sempre bem-vindos!