4 de julho de 2012. Um dia para entrar na história do
Corinthians. Talvez não tenha sido como os mais fanáticos sonhavam. Não foi com
um time que encantava pelo talento, como os de 1999 e 2000, nem liderado por um
craque, como era esperado de Ronaldo. Mas finalmente o título veio. Pela
primeira vez, o clube paulista se torna campeão da Libertadores, derrotando um
Boca Jrs muito mais tradicional, mas bem menos brilhante que o alvinegro. Esse
foi o capítulo final de um enredo que começou a ser escrito no ano de 2011. Após
a vexatória eliminação para o Tolima, nas fases preliminares da Libertadores,
mantido no cargo, Tite soube montar uma equipe que mesmo perdendo jogadores
como Ronaldo e Roberto Carlos, mostrava uma força incomum, um time duríssimo de
ser batido, culminando no título do Brasileirão do ano passado. E esse espírito
perdurou por toda a competição continental, em que o time só tomou quatro gols.
Um Corinthians que foi acima de tudo um time. Um time que não
tinha a veia ofensiva tão exacerbada, mas que sabia atacar no momento certo. Um
time com uma defesa fortíssima, difícil de ser vazada. Um time com uma entrega
acima de média, que não se importava em marcar com dez jogadores no seu campo,
se fosse preciso. Um time que não é possível apontar um grande destaque
individual. Muitos poderiam ser citados, como Cássio, que entrou no time e deu
a segurança no gol que o Corinthians tanto precisava. Ou Leandro Castán,
soberano na zaga. Ou Ralf e Paulinho, sócios perfeitos, dupla de volantes
capazes de marcar e atacar por todo o campo. Ou Danilo, da frieza, dos gols
importantes, do passe espetacular para Emerson ontem. Ou Tite, por motivos óbvios.
Porém, ao levarmos em consideração o jogo de ontem, um jogador merece destaque.
Emerson, o sheik, que decidiu a partida com seus dois gols, e foi decisivo em
outros momentos, como no jogo de ida contra o Santos. Um jogador experiente,
que sabe o que é vencer. Campeão brasileiro em 2009 pelo Flamengo, em 2010 pelo
Fluminense, em 2011 pelo próprio Corinthians e agora campeão da Libertadores
com o Timão. E mais do que os gols, mostrou a tranquilidade para se posicionar
corretamente, as arrancadas que sempre levavam perigo, além de exibir uma
catimba de dar inveja aos rivais argentinos.
O Boca, por sua vez, fez o possível. Não era um time tão
forte como o Santos, por exemplo. Tinha uma defesa apenas razoável, que sofreu
com a lentidão de Schiavi. Uma dupla de ataque com Santiago Silva e Mouche, que
batalharam, mas passam longe da qualidade de Palacio e Palermo, do último
título continental dos xeneizes. Uma equipe que tinha sua maior qualidade no
meio campo, mas sofreu com um Riquelme apagado, mais lento que o habitual,
longe dos seus melhores dias. E que não conseguiu segurar o Corinthians, que
mostrou uma maturidade clássica dos times vencedores. Poucas vezes uma equipe
que nunca tinha sido campeã soube tão bem como ganhar. E agora eles sabem.
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